Muito bem, vamos começar uma ‘nova’ coluna aqui no blog chamada Por
trás das páginas. O ‘nova’
está em parenteses porque eu já fiz uma postagem dessa coluna antes, mas não a
apresentei como estou fazendo agora (Confusão de Capas - Academia de Vampiros).
Nessa coluna eu vou falar sobre coisas
que acontecem nos bastidores do processo de criação dos livros, basicamente
curiosidades e esclarecimentos sobre
algumas coisas. Eu não vou estipular agora um tempo para essas postagens; pode
ser toda a semana, a cada 15 dias, todo mês, tudo vai depender de quando as
ideias forem surgindo.
Bom, para ‘começar’ nada melhor do que clássicos, não é? Eu estava pensando
depois da minha resenha de Jekel Loves Hyde
da Beth Fantaskey que a maioria das pessoas não conhece muito da literatura
gótica então eu decidi fazer um post
falando de um dos maiores clássicos (e que eu tenho certeza de que todo mundo
já ouviu falar): Frankenstein e Drácula. Mas o que poucas pessoas sabem é que os
dois livros começaram pelo mesmo motivo (sério, essa é uma das histórias mais fascinantes que eu conheço, se um dia
você encontrar comigo eu provavelmente vou falar sobre como esses dois livros
foram criados até você implorar para
eu parar).
Começando por Frankenstein. Em 1816 (essa não vai ser uma palestre de
história chata então continue lendo!) Mary
Godwin, Percy Shelly e o filho
do casal (detalhe: eles não eram casados, Percy tinha uma esposa que algum
tempo depois se suicidou e então os dois se casaram) viajaram para Genebra para
passar o verão com o poeta Lord Byron e
John Polidori.
Acontece que nessa época um vulcão chamado Tambore, localizado na Indonésia,
entrou em erupção (foi a maior erupção já registrada na Terra O.O) e modificou
o clima no mundo todo, e o ano de 1816 passou a ser conhecido como Ano Sem Verão. Resultado: todos ficaram
presos em casa durante a maioria do tempo devido aos temporais.
Para passar o tempo eles liam histórias de fantasmas e devido à brilhante ideia
de Lord Byron os quatro começaram a escrever histórias de fantasmas. Todos
começaram com seus contos mas Mary
foi a única que não conseguiu nada. Ela estava decidida a criar uma ‘uma
estória que falasse aos misteriosos medos nossa natureza e despertasse um
espantoso horror’. Uma tarde ela estava assistindo uma conversa entre Percy
Shelley e Lord Byron sobre as experiências do poeta Erasmus Drawin, que dizia ter animado matéria morta e sobre
a possibilidade de reanimar um cadáver
ou partes de um corpo. Eu não
preciso falar mais nada, né?
Mary Godwin (é muito estanho não falar Mary Shelley) começou a escrever uma história curta, mas encorajada
por Percy ela expandio o que posteriormente virou Frankenstein e que é
considerado um dos maiores clássicos
da literatura gótica.
Ai você me pergunta: O que isso
tem a ver com Drácula?
Se lembra de John Willian Polidori, aquele terceiro cara que estava no chalé?
Ele também escreveu uma história naquele mesmo verão chamada The
Vampire que foi publicada em 1819 e foi considerada a primeira história
de vampiro que teve sucesso em
colocar o vampirismo em um gênero literário, antes só algumas histórias, lendas
e mitos.
Polidori consegui influenciar muitos escritores como Nikolai Gogol, Alexandre
Dumas
(que faz uma referência direta a Lord
Ruthwen, personagem principal de The Vampire, em O Conde de Monte Cristo),
Alexis Tolstoy e também Bran
Stoker que posteriormente se inspirou nessa e algumas outras obras para
criar Drácula <3, que foi publicado em 1897.
Detalhe: Sir Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock
Homes, escreveu uma carta para Stoker
dizendo ‘Eu escrevo
para lhe dizer o quanto eu gostei de ler Drácula.’ Isso é honra para poucos.
Bom, agora vocês podem perceber
porque eu gosto tanto dessa história. Ela é completamente incrível! Imagine só;
se o vulcão Tambore não tivesse entrado em erupção talvez nós não tivéssemos Frankenstein,
Drácula
e tantos outros livros que se inspiraram nesses. Talvez até fossemos poupados
do ultraje que é Crepúsculo, mas acho que é um preço pequeno a se pagar por Drácula.
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