Autor de quinta: J. R. R. Tolkien

John Ronald Reuel Tolkien nasceu em 3 de janeiro de 1892 em Bloemfontein, Estado Livre de Orange (atual África do Sul); e morreu em 2 de setembro de 1973 (aos 81 anos) em Bournemouth, Inglaterra. Se casou com Edith Mary Reuel Tolkien, que conheceu em 1908, na Inglaterra, quando ficaram alojados no mesmo lugar; a jovem era três anos mais velha e  eles começaram um namoro às escondidas que logo foi descoberto pelo seu tutor (seu pai, Arthur Tolkien, havia falecido em 1896 de febre reumática e, sua mãe, Mabel Suffield, havia falecido em 1900 de diabetes - a doença ainda não tinha cura na época), o Padre jesuíta Francis Xavier Morgan (que Tolkien considerava como um segundo pai), achando que o namoro prejudicaria os estudos do rapaz, o proibiu de ver a moça até que completasse 21 anos... E... adivinha? Na noite em que completou 21 anos, Tolkien escreveu para Edith e (mesmo ela já estando comprometida) convenceu-a a se casar com ele. Juntos eles tiveram quatro filhos: John Francis Reuel Tolkien (1917-2003), Michael Hilary Reuel Tolkien (1920-1984), Christopher John Reuel Tolkien (1924) e Priscilla Anne Reuel Tolkien (1929).

Tolkien era um pai dedicado, chegou a escrever um livro (Roverandon) quando um de seus filhos perdeu um brinquedo na praia, também escrevia cartas do papai noel (com direito a invenção de personagens) contando como estavam as coisas no Polo Norte e tudo o mais. Mestre Gil de Ham foi outra história que ele criou para entreter os filhos.

Sua infância se passou em uma região rural, Sarehole (ao sul de Birmingham), local que inspirou o Condado, e, quando começou a estudar, se mudou para a parte urbana de Birmingham; e foi marcada por contos de fadas (que inspiraram o Belo Reino que aparece em suas histórias).

J.R.R. Tolkien em 1916, após se casar com Edith, foi chamado para "ajudar" na Primeira Guerra Mundial e sobreviveu a Batalha de Somme (província de Soma) e, em 1918, ao contarir tifo, foi reenviado a Inglaterra; foi nessa época que ele começou a escrever o Livro dos Contos Perdidos (The Book of Lost Tales), que mais tarde se converteu em O Silmarillion. Foi apenas em 1925, depois do nascimento de seus dois primeiros filhos, que seu primeiro livro foi publicado (juntamente com E. V. Gordon): Sir Gawain & the Green Knight, baseado em histórias do folclore inglês.

Tolkien foi muito ligado a sociedades (todas com alguma relação a literatura), sua primeira foi a T.C.B.S. (Thea Club, Barrowian Society) e foi dissolvida pela Primeira Guerra Mundial, que matou dois de seus integrantes (amigos de Tolkien) e a amizade entre ele e um terceiro amigo durou até a morte; alguns anos mais tarde J.R.R. fundou outra sociedade chamada The Coalbithers, da qual C.S. Lewis (é, ele mesmo, o autor de As Crônicas de Nárnia) participou. Eles tiveram uma forte amizade, se não fosse pelos incentivos e conselhos de Lewis poderia ser que O senhor dos anéis nem existisse (já imaginaram? :O); o livro O Dom da Amizade: Tolkien e C. S. Lewis, fala sobre o relacionamento dos dois.

A ideia para o seu primeiro grande sucesso surgiu em 1928, enquanto Tolkien examinava documentos de alunos que queriam entrar na Universidade: Um dos alunos deixou uma das páginas em branco – possivelmente a melhor coisa que poderia ocorrer a um examinador – e eu escrevi nela: Em um buraco no chão vivia um hobbit, não sabia e não sei por quê. Foi a partir daí que ele começou a escrever O Hobbit, mas parou dois anos depois. Ele emprestou o manuscrito para a Reverenda Madre de Cherwell Edge (quando ela estava muito doente) e o manuscrito acabou sendo visto por Susan Dagnall, que depois o passou a  Rayner Unwin (que tinha 10 anos de idade e era filho de Stanley Unwin, fundador da Allen & Unwin, que foi vendida anos depois para a Editora Harper Collins) que (finalmente!) ficou maravilhado com a história e, então, Dagnall encorajou Tolkien a terminá-lo. Em 1937 a primeira edição de O Hobbit foi lançada.

Para Tolkien sua obra mais importante é O Silmarillion, mas, quando ele a ofereceu a Stanley, este preferiu não aceitar (algum tempo depois, chegando a um consenso com Rayner, eles acabaram publicando o livro). Ele demorou 12 anos para escrever O senhor dos anéis (mesmo depois de ter O Silmarillion rejeitado por Stanley ele concordou em dar continuidade a saga dos hobbits): A sociedade do anel e As duas torres foram publicados em 1954, e, O retorno do rei, foi publicado em 1955 ( a ideia inicial era fazer um volume único, a opção por dividir foi feita por causa dos custos com a impressão). E, então, ele consolidou o seu mundo secundário: [Criei] um Mundo Secundário no qual sua mente pode entrar. Dentro dele, tudo o que ele relatar é "verdade": está de acordo com as leis daquele mundo. Portanto, acreditamos enquanto estamos, por assim dizer, do lado de dentro. O livro Leaf by Niggle foi escrito como uma autobiografia (o autor se manifesta em Niggle).

Como um verdadeiro linguísta, sempre foi apaixonado por idiomas. Desde pequeno gostava de nomes galeses que via em  caminhões de carvão; aprendeu uma língua baseada em nomes de animais (Animálico) que fora criada pelas meninas e, mais tarde, junto a elas, criou uma outra que consistia na mistura de vários idiomas, Nevbosh (traduzida como Novo Disparate); depois, ainda, criou o Naffarin, uma língua baseada no espanhol (língua do seu tutor). Ele foi aluno do curso de literatura clássica na Universidade de Oxford, mas se desinteressou pelo curso e passou a se dedicar mais aos  estudos de filologia (estudo de cultura, cicilização, literatura e/ou LÍNGUAS a partir de uma visão histórica).  Enfim... Ele sempre amou línguas.

Era contra tecnologias e não conseguia ver o papel benéfico que elas poderiam trazer à sociedade (como pensar de outra forma tendo participado da Primeira Guerra Mundial e tendo filhos participando da Segunda? :/). Em 1971 sua esposa faleceu e ele se refugiou na solidão em um apartamento na Universidade de Oxford; numa carta ao filho Christopher ele escreveu isso sobre Edith: [...]o cabelo dela era preto e sedoso, a pele clara, os olhos mais brilhantes do que os que vocês viram, e sabia cantar… e dançar. Mas a história estragou-se, e eu fiquei para trás, e não posso suplicar perante o inexorável Mandos.[...]. E, na lápide dela, ele decide que estaria escrito Lúthien (uma personagem de O Silmarillion que foi baseada nela): É breve e simples [o epitáfio], a não ser por Lúthien, que tem para mim mais significado do que uma imensidão de palavras, pois ela era (e sabia que era) a minha Lúthien [...] Nunca chamei Edith de Lúthien, mas foi ela a fonte da história que, a seu tempo, se tornou parte de O Silmarillion. (Emocionei agora, sério :/).

Além de O Hobbit e O Senhor dos anéis ele escreveu também: Sir Gawain and the Green Knight (1925), Mestre Gil de Ham (1949), As Aventuras de Tom Bombadil (1963), Smith of Wootton Major (1967) e Sobre Histórias de Fadas (1965), entre outros. Em 1972 recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Letras da Universidade de Oxford e conseguiu seu mais importante (e último :/) título: a Ordem do Império Britânico, entregue pela Rainha Elizabeth (uma das maiores honras britânicas) e passou a ser chamado de Sir John Ronald Reuel Tolkien. Ele morreu em 2 de setembro de 1973 (vítima de uma infecção no peito) e foi enterrado junto a esposa (abaixo do seu nome estava escrito Beren, o mortal por que e elfa imortal Lúthien era apaixonada e que, depois de sua morte, foi aos Palácios de Mandos, o guardião das Casas dos Mortos, e cantou para ele, emocionando-o - pela primeira vez na sua existência - e convencendo-o a permitir ambos voltassem como mortais).

Eu preciso dizer que ele é O cara?!?! Um pai exemplar e um esposo perfeito... Sério, eu fiquei besta quando tava pesquisando sobre ele, e olha que eu resumi aqui (vale a pena saber mais). Ele é Fo*$#@!!!!