13 fevereiro 2013

Resenha: A Metamorfose - Franz Kafka



Título: A Metamorfose (Die Verwandlung)
Autor: Franz Kafka
Editora: Foi publicado por várias editoras, a minha é a edição de Clássicos Abril
Ano: 1915 (primeira edição)
Páginas: 93


Sinopse
A Metamorfose é a mais célebre novela de Franz Kafka e uma das mais importantes de toda a história da literatura. O texto coloca o leitor diante de um caixeiro-viajante - o famoso Gregor Samsa - transformado em inseto monstruoso. A partir daí, a história é narrada com um realismo inesperado que associa o inverossímil e o senso de humor ao que é trágico, grotesco e cruel na condição humana - tudo no estilo transparente e perfeito desse mestre inconfundível da ficção universal.

Franz Kafka em 1912 criou uma obra que além de aclamada mundialmente como uma das mais inquietantes histórias da literatura também é o retrato perfeito da sociedade atual.

Com uma linguagem fluente, ousada e até simples (apesar dos seus 101 anos) ele conta a história de Gregor Samsa, um jovem trabalhador que apesar de odiar seu cansativo emprego de caixeiro-viajante se empenha para devolver à sua família a estabilidade financeira e a vida de classe média alta que ela tanto deseja.
Sem nenhuma pretensão além de enviar sua irmã para um conservatório onde ela pudesse estudar violino, ele se vê um dia transformado em uma barata gigante. Pensando no empecilho como um mero resfriado sua primeira preocupação é com seu trabalho: Como ele iria trabalhar daquele jeito? O que seu chefe iria pensar? Será que iria perder seu emprego? E logo então seus pensamentos vão para a sua família: Sendo ele a única fonte de renda da casa como eles iriam se sustentar?
Essa última preocupação se torna bem mais pertinente quando ele abre a porta de seu quarto e vê seu gerente correndo para fora de sua casa, sua mãe desmaiando e seu pai tentando fazer com que aquele monstruoso inseto voltasse para o quarto.
Nos dias que se seguem, sem nenhum indício de que Gregor voltaria a ser humano seu pai já idoso, sua mãe asmática e sua irmã de 17 anos começam a trabalhar, despedem a empregada e alugam um quarto da casa a fim de quitar suas dívidas. Diante disso Gregor só pode se sentir culpado por deixar sua família naquela situação, e o sentimento de impotência não é apenas do personagem, mas também do leitor.
Sua mãe não aguenta olhar para ele e seu pai usa de violência por considera-lo uma ameaça ao bem estar da família. A única a se apiedar de Gregor é Greta, sua irmã, que se obriga a limpar seu quarto e levar comida duas vezes por dia, mas ainda assim não consegue esconder o olhar de repulsa por sua nova forma.
Com o passar do tempo, com o trabalho e estudos ela se descuida da alimentação do irmão, da limpeza de seu quarto e nem tenta mais mostrar qualquer preocupação com ele. Enquanto a situação de enfermidade de Gregor se prolonga, quaisquer sentimentos de preocupação se esvaem e ele começa a ser visto como um estorvo, um parasita que além de não ajudar ainda atrapalha a família, e vemos como Gregor é deixado de lado por não conseguir mais fazer o que é esperado. A morte passa a ser vista como uma libertação.
Kafka mostra de maneira bastante peculiar uma parte egoísta do ser humano que muitas vezes preferimos não enxergar, mas a verdade é que existem muitos Gregors ao nosso redor. Negligenciados por seus parentes e amigos, isolados e esquecidos porque não conseguem corresponder mais às suas expectativas.
Deixando muito espaço para reflexões, A Metamorfose fara com que cada um de seus leitores volte muitas páginas e recomece sua leitura. E para terminar eu não poderia deixar de citar a frase que me fez escrever sobre esse livro:
“Ele tem que ir embora! É o único jeito, pai. O senhor precisa se desfazer da ideia de que aquilo é Gregor. [...] Se fosse, há muito tempo teria percebido que seres humanos não podem viver com um bicho como aquele. E teria partido por conta própria.”

2 comentários:

  1. Bia, eu li A Metamorfose quando fiz letras, a muito tempo atrás, eu lembro que muitas pessoas na sala de aula não entenderam direito o que Kafka quis dizer com o livro, mas pra mim ele teve um significado único.
    Muitas pessoas, muitas vezes se isolam do mundo e se sentem mesmo como um ser repugnante como uma barata, pra mim essa história nada mais é que uma analogia sobre pessoas que sofrem de depressão.
    Gostei de lembrar da época da faculdade com sua resenha!!!
    Obrigada!!!

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  2. Olá Bia, tudo bom?
    Te conheci lá no skoob e vim dar uma passadinha pra conferir!
    Adorei seu blog, tá tudo muito lindo, já estou te seguindo!
    Adorei sua escrita também.
    Fiz uma resenha há pouco tempo sobre esse livro, adorei ter conhecido Kafka..
    Beijão!

    endless-poem.blogspot.com.br

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